Thursday, January 25, 2007

Tribute to a dancer


Podem nos roubar o corpo, o orgulho, e o amor, e deixarem-nos a dor e a solidão, mas a alma mana...a alma será sempre nossa, intocável se o quisermos...estou frágil e magro tão magro... mas mesmo assim arrasto-me pelo deserto à procura de água....

Vivo todos os dias com medo de me voltarem a esfaquear sem piedade enquanto rodopio... não sei o que dizer senão que me recuso a ficar sentado de cabeça entre os joelhos...mas que morro de medo de um dia voltarem me a cegar...

Os autistas sofrem mais que os outros porque não os conseguem convencer a morrer....eles deliciam-se na sua destruição com o mesmo gosto que se deliciam com o a sua ascensão


Caminhamos na mesma rua mas não me deixas dar a mão, porque te deixaram ir para a estrada demasiadas vezes... sabes que estou um pouco melhor, mas como me vês na orla do passeio tens medo que caiamos os dois...


Não deixes te roubar as sabrinas de dançarina...o soalho estará sempre lá....

Estou tão só dançarina.... estou tão aterrorizado... sei que estou no jardim agora... mas o prédio escuro de onde me tiraste está ainda ali.... será que ela realmente me levará daqui para o campo...ou ficarei eu eternamente neste bairro? Não sei...só sei que estás na janela do prédio a chorar e a olhar para mim com a mão na janela....e pedes-me ajuda enquanto sorris da minha temporária liberdade... para alem da rede...lá estou eu no pátio a acreditar que me vão levar... mas aterrorizado pois sei o que sentes...



Friday, January 12, 2007

The dawn of a new era...past is past


Andava por aí a divagar...andei as voltas atrás de mim e com medo de avançar e prometi-me encontrar a solução para voltar a viver pois não havia força que me conseguisse convencer a morrer...

Andei a vaguear em segredos escondidos... em sinais vindos de ti e os quais sempre li, sempre os questionei...mas apenas a mentira e o desprezo reinaram...e são agora espadas sem gume de um coração vazio que lanço em novas guerras...

A vela que à chuva se tinha apagado num Inverno que em mim ficara foi acesa por uma nova aurora e por uma chama incansavel e agora por tua causa estava com medo de me levantar...mas a luz foi mais forte....

Agora que passei a solidão e encontrei o motivo de viver de novo com emoção, vou ressemeando a minha seara, voando para o meu ninho e reconstruindo o meu castelo... os sinais, visões ou noticias que antes me magoavam, agora fazem-me rir ou ter pena da cegueira e da mascara que defendeste nunca usar... pois só eu sei o que passei dentro de mim por acreditar nos sorrisos que outrora vendiam algo que não existia...

Não há tempo que agora faça esquecer o que sofri e as datas vão marcando mas cada vez menos, e como tal vou fazer com que a tua presença passe a indiferença e da indiferença ao esquecimento, pois não quero voltar ao que matei...e facilmente os olhos frios e ocos me relembram a facada....pelo que não olho ao por-do-sol....

.De noite em noite, de amigo em amigo, de mentira que se foi tornando verdade...passo a passo, fui capaz de finalmente de não perdoar quem não gostou de mim e passar a deixar que quem me ama possa me fazer sorrir...

Doi tentar oferecer o que já pouco resta a quem tudo agora merece...mas lá no fundo há uma flor branca que permanece e teima em se tornar canteiro e de canteiro será jardim pois quem a rega sabe cuidar....

E as fotos que antes me faziam acreditar e pensar que um dia seriam mais fortes, estão longe e arrumadas com as noites de tormenta e mentira...a mentira em que acreditara passou a lenda e proibi os sonhos de ousarem me mentir...os sonhos estes..agora voam noutras pastagens bem mais verdes e bem mais floridas...

Já não sou dono do meu coração...é milagre ou maldição...não sei... sei que mo limparam de correntes e de feridas e agora sofro não de saudade ou perca, mas de dorido de anos sentando a sofrer... e agora só temo cair e não andar...sofre quem me levanta e quem batalha por mim, mas cada vez menos... as feridas cicratizadas começam a criar pele nova e mais uma noite e vou conseguindo esquecer, detalhe a detalhe, dia –a –dia vou libertando esse espaço para uma nova lufada....hipnotizado por um novo poder que me vai consumindo..vou começando a reaprender a andar, reaprender a sonhar...

E tu em mim já passaste a um passado ao qual vejo-me agora forçosamente a lembrar por estes dias...mas tal como jurei a mim mesmo e ao respeito por tudo e afirmei...! até ao dia em que me esquecer da dor que me levou quase a morrer... talvez te consiga olhar... até lá és a última pessoa que quero ver.... és seringa de uma dependência de droga que não quero voltar...és tudo o que odeio e agora tenho o simétrico a minha frente

óbvio que as datas vão me tentar magoar... mas agora sou de sol em sol cada vez mais forte e mais livre... e por isso tento não me assustar e não me deixar em cair, para ser feliz....

Perdido em medos e peças antigas... entro já amanhã no teatro da paixão e sei que sei representar... só me falta voltar-me para o público e ser capaz de o enfrentar....